São quase duas décadas de experiência em consultório, com atendimentos clínicos. Adoro atender e ajudar as pessoas a seguirem suas vidas de um jeito melhor. Diariamente, as pessoas chegam até mim para tratar suas questões. Logo que damos início à terapia, percebo que na maioria das vezes há a presença de núcleos de memória que carregam experiências de vida emocionalmente bastante intensas e sofridas. É o que também podemos chamar simplesmente de experiências traumáticas.
Os traumas são marcas emocionais negativas que se conectam às nossas memórias e ocorrem com muita frequência. Quando tenho a oportunidade de auxiliar um paciente, percebo que o sucesso do tratamento depende muito da superação dessas experiências traumáticas, independentemente da época em que ocorreram. Se deixamos de tratar adequadamente os traumas, a terapia poderá ficar bastante comprometida em sua eficácia e o paciente pouco aproveitará dos benefícios de um processo terapêutico positivo.
E é aqui que chegamos a um ponto fundamental! Preste muita ATENÇÃO nisso: os traumas não estão só no passado. Eles podem estar ocorrendo a todo o momento, e isto tem sido constantemente ignorado pela maioria das pessoas. Os traumas estão presentes nas palavras mal ditas, nos olhares intimidadores, nas vozes raivosas, na falta de respeito, na falta de atenção e na falta de cuidados que temos conosco e com os outros.
E mais ainda! Os traumas podem estar presentes de um modo muito mais invisível, acontecendo secretamente em nossas rotinas do dia-a-dia. Lidamos constantemente com trabalhos e afazeres que não gostamos, aceitamos situações desagradáveis ou contextos insalubres no trabalho, estudo ou mesmo em casa, vivenciando situações potencialmente prejudiciais que já nem mais percebemos como negativas. É justamente nesses contextos que se instalam os piores traumas. Eles são muito mais difíceis de serem detectados e modificados, pois acontecem de modo sutil e contínuo. As consequências são gigantescas: desde uma autoestima reduzida a pó, até um estado crônico de tristeza e desânimo.
Para evitar que um trauma se instale em nossas vidas, é necessário que estejamos conectados com o “momento”: Basta pararmos para escutar o que nossos filhos querem nos dizer, ou, o que nosso(a) companheiro(a) quer nos falar. Basta pararmos e prestarmos atenção à nossa intuição. Basta pararmos para observar o que está acontecendo ao nosso redor e buscarmos fazer diferente. Basta pararmos!