Tem aumentado consideravelmente o número de adultos que permanecem na casa dos pais. Os motivos são os mais variados possíveis: desde questões emocionais de apego e autoestima até situações financeiras de estudo e emprego. Talvez você tenha a preocupação sobre essa questão, seja porque são seus filhos que ainda moram em sua casa, ou porque seja você mesmo o filho que ainda reside na casa dos pais.
Quando nos tornamos adultos, um dos grandes benefícios é que podemos usufruir com plenitude da liberdade de ir e vir, e de ser e estar… Mas para isso, precisamos desenvolver a Autonomia relativa a nossos direitos e deveres. E isso não quer dizer que não devemos mais receber ajuda dos nossos pais, ou não ajudar os nossos filhos. Quando falamos sobre autonomia, devemos entender que ela é o resultado de uma série de fatores: foco, objetivo, propósito, responsabilidade, amorosidade e empatia. E para que isso ocorra, tentativas são feitas em família:
Uma das primeiras formas encontradas é a de pressionar, às vezes com palavras, às vezes com a força física. E geralmente, o resultado não é nada bom. É ineficiente porque pais e filhos acabam brigando e se desentendendo por longos períodos.
Uma segunda estratégia acaba sendo oposta à primeira. Não se pressiona , nem com palavras e nem com a força. Nesse caso, os pais acabam ficando extremamente ansiosos e os filhos completamente acomodados.
Existe porém, uma terceira opção, muito mais interessante do ponto de vista comportamental: é quando colocamos esse assunto no campo do diálogo. É bastante simples. Nesse caso, convidamos nosso filho para uma conversa amistosa aonde ele possa se expressar e falar sem ser julgado ou avaliado (Talvez essa seja a parte mais difícil para os pais: não julgar e nem avaliar!). E quando isso ocorre, temos um cenário emocional muito mais fluido e livre para construirmos com nossos filhos uma relação que permita olhar mais para o futuro, com mais planejamento de vida e com nosso apoio consultivo (Isso mesmo! Enquanto pais, devemos assumir um papel de conselheiros, mais consultivo). A resposta, a partir disso, é de um filho que se posiciona mais de modo autônomo e responsável diante da vida.
E ainda, nesta mesma terceira opção, caso seja você o filho, lembre-se que você também pode ser aquele que puxa a conversa e o diálogo… Lembre-se que pode ser você também a não julgar e nem avaliar os seus pais… Pode ser você a criar as condições necessárias para uma boa conversa… e pode ser você a propor aos seus pais que eles entrem mais nesse papel consultivo.