Você consegue se perceber quando está preocupado?
Talvez você esteja preocupado nesse momento e nem saiba que está. Eu inicio esse texto com esta afirmação, simplesmente por causa de uma constatação clínica bastante frequente: as pessoas se preocupam cada vez mais com tudo aquilo que gira ao seu redor sem nem se darem conta de que isso é uma preocupação.
Ocorre da seguinte forma: tudo aquilo que vivenciamos com certa frequência é entendido pelo nosso organismo como sendo algo comum, rotineiro e pertencente a uma “normalidade“. À medida em que essa normalidade vai se instituindo, as preocupações que fazem parte dela também vão se tornando normais/invisíveis. Por isso, talvez você nem saiba que está preocupado.
“Mas, Vitor, o que fazer diante disso?” Observe os sinais secundários que o seu corpo emite: cansado? sem energia? sem paciência? irritado? mais quieto do que o habitual? ansioso? sem sono?
Se você respondeu sim para qualquer uma dessas perguntas, questione-se sobre algum tipo de preocupação que possa estar presente: “O que será que me preocupa?” Por mais que a resposta a essa pergunta possa ser sem importância, não a ignore.
Dê atenção para o que lhe preocupa. Muitas vezes, gastamos energia de modo dobrado quando ignoramos ou tentamos nos esquivar das preocupações. Se elas estão aí, melhor dar atenção para essas preocupações. Acolha aquilo que pede espaço dentro de você. Isso é reconfortante.
Acolher, nesse caso, quer dizer: (1) escute suas preocupações; (2) dê atenção a elas; (3) e as encaminhe de alguma forma. Dê algum direcionamento para suas preocupações, nem que seja anotar em um bloco de notas para que no dia seguinte ou em uma situação oportuna você possa tomar as medidas práticas para a resolução do que lhe preocupa, independentemente do seu grau de importância.