Você já se sentiu confuso? Ou ainda, talvez você esteja passando por algo assim neste exato momento. Quando estamos confusos, o desafio central é conseguir separar aquilo que é racional daquilo que é emocional.
Razão e emoção estão constantemente interagindo dentro de nós. Dependendo do que estamos vivendo num certo momento, uma delas pode tomar a frente e se destacar mais do que a outra. Entretanto, a vida não é nada linear onde uma coisa acontece após a outra e assim sucessivamente. Em geral, existem muitas coisas ocorrendo simultaneamente em nossas vidas. São os filhos que demandam atenção e afeto, é o companheiro ou a companheira que também querem atenção, são as questões de trabalho que surgem com urgência e que precisam ser resolvidas rapidamente e, por fim, também existem os nossos desejos que também precisam de espaço e atenção.
Temos um grande desafio frente a essas múltiplas demandas, pois o tempo que temos é um só e não conseguimos nos dividir para atender a tudo de uma só vez. De algum modo, é necessário que exista uma ordem ou priorização das coisas para que consigamos resolver estas uma a uma, por mais que elas pareçam estar sendo resolvidas simultaneamente. Tal como em um computador, onde parece que ele está resolvendo tudo ao mesmo tempo, mas internamente ele precisa ordenar e resolver um a um cada processo.
Para ordenar, é necessário priorizar. E esse é o grande dilema dentro de nós. Isso porque não há como colocar numa mesma balança emoção e razão. Além delas terem pesos diferentes, também são de naturezas internas diferentes mas complementares. Ambas precisam de espaço em nossas vidas, tendo cada uma a sua importância.
Assim, ficamos confusos quando não conseguimos ordenar nossos sentimentos e suas necessidades com as questões racionais que definem nossas rotinas diárias. Por exemplo: pela manhã, quando você acorda, você talvez tenha que levantar e fazer algo que já havia se programado, ir a algum compromisso, algum trabalho, encontrar-se com alguém – algo assim. Aí, à medida em que você está se preparando para ir, percebe que está um pouco cansado e sem vontade. Seu corpo, nesse momento está lhe demandando algum tipo de atenção, talvez na forma de descanso ou mesmo de carinho e atenção de alguém. Pode ser que neste dia você tenha acordado carente de afeto e nem tenha notado isso. E é aí que a confusão começa. Seguindo o exemplo acima, você terminou de se arrumar e foi para o seu compromisso sem identificar com clareza a sua necessidade e o seu desejo naquele momento, dando atenção somente para o que estava organizado racionalmente, o compromisso. Nessa situação, você pode ficar um pouco confuso porque suas demandas internas não foram identificadas e tão pouco atendidas. Quando isso ocorre, entramos num estado de Reversão Psicológica (RP), mais comumente conhecido como Autossabotagem, ou simplesmente Confusão. A partir dali, seu dia pode ficar bastante denso e tumultuado, tendo seus pensamentos maior dificuldade de fluir e se expressar.
Como não deixar que isso ocorra? Comece seu dia fazendo a si mesmo algumas perguntas: “O que eu gostaria de fazer hoje?” “O que será que estou com vontade de fazer hoje?” É importante esclarecer que quando você pergunta isso a si mesmo, sua intensão é de mapear o que você QUER fazer e não aquilo que você TEM QUE fazer. Há uma diferença fundamental nisso. E por mais que você não consiga realizar aquilo que gostaria, procure criar espaços em sua agenda para realizar esses desejos. Isso ajuda equilibrar essas forças internas racional e emocional, tirando você da confusão mental.