Não basta só querermos bem ou sentirmos que temos amor por alguém. É necessário expressarmos esses sentimentos que estão dentro de nós.
Simples, não é mesmo?
Nem tanto assim! Muitas e muitas vezes nos vemos impedidos de dizer com clareza aquilo que sentimos. Falar de modo simples e direto pode ser um grande desafio, principalmente quando também sentimos dentro de nós outros tipos de sentimentos que contrariam nosso sentimento principal. Por exemplo: Se sinto que amo minha companheira, mas estou chateado com ela porque não recebi o carinho que esperava, posso muito bem ter uma reação de tratá-la com indiferença e frieza, sendo que na verdade eu gostaria mesmo é de tratá-la com amorosidade, dando-lhe beijos e abraços.
É comum agirmos assim sem percebermos que isso está ocorrendo. O resultado disso são brigas, desentendimentos, mágoas e traumas profundos em qualquer relação. Isso pode ocorrer em um casamento, uma amizade, uma irmandade, uma sociedade ou no trabalho.
Isso acontece porque temos medo de falar desses sentimentos “não tão bonitos” que sentimos em relação a outra pessoa. É como se só pudéssemos falar daquilo que sentimos “de bom” pelo outro. Porém, é justamente aí que aquilo que sentimos “de ruim” pelo outro, acaba saindo (sendo comunicado) de um jeito torto e atravessado, deixando marcas traumáticas e incompreendidas na outra pessoa.
Pegando o mesmo exemplo de antes: mesmo que eu não queira dizer nada sobre aquilo que eu não gostei (ter recebido o carinho que eu esperava), esse sentimento será transmitido para a minha companheira, só que de um jeito não verbal e muitas vezes fora de contexto (“torto e atravessado”). Desse modo, ela vai receber minha frieza e a minha indiferença sem conseguir entender o que de fato está acontecendo dentro de mim, ficando muito magoada e ressentida comigo.
Se queremos ter relações saudáveis, devemos superar esses medos, criando oportunidades de diálogo com todos aqueles que temos carinho. Sendo essas oportunidades, tanto para falarmos dos afetos positivos, quanto dos afetos negativos que nos habitam.
Admitir que existem dificuldades e que talvez elas derivem desses medos, pode ser o primeiro passo para evoluirmos nas nossas relações. Se você sentir alguma dificuldade para praticar mais isso, lembre-se que você não está sozinho. Busque auxílio profissional — essa é uma estratégia segura e sempre muito bem-vinda.